terça-feira, 31 de maio de 2011

O Estrangeiro - Albert Camus

        O gatilho cedeu, toquei na superfície lisa da coronha e foi aí, com um barulho  ao mesmo tempo seco e ensurdecedor, que tudo principiou. Sacudi o suor e  o sol. Compreendi que destruíra o equilíbrio do dia, o silêncio excecional de uma praia onde havia sido feliz. Voltei então a disparar mais quatro vezes contra um corpo inerte, onde as balas se enterravam sem se dar por isso.
O Estrangeiro, Albert Camus

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