quinta-feira, 1 de junho de 2023

Leandro, Rei da Helíria



Leandro, Bobo, Hortênsia, Amarílis, Violeta, Felizardo, Reginaldo, Simplício, Pastor

ATO I


CENA l

Rei Leandro teve um sonho. O bobo diz-lhe que os sonhos são recados dos deuses. O rei diz que às vezes gostava de estar no lugar do bobo. Ele ironiza. 

O rei conta que a coroa, o manto, o cetro estavam no chão cada vez mais longe e o rei corria mas não saía do mesmo sítio.

CENA ll

Entram Hortênsia e Amarílis, as princesas, e as aias.

Conversam e o bobo, que é desvalorizado por todos, descai-se e confessa que Hortênsia lhe pediu que criasse umas trovas a gozar com Amarílis, a chamar-lhe galinha, jumenta, sonsa.

CENA III

Violeta não quer que a considerem criança. É a princesa mais nova e quer casar com o Príncipe Reginaldo que diz que quer casar com ela.

As irmãs dizem que ela não pode deixar o rei sozinho e que Reginaldo não tem qualidades e é tresloucado.

CENA IV

O príncipe Felizardo, noivo de Amarílis, e o príncipe Simplício, noivo de Hortênsia. O Felizardo gaba-se dos 32 dragões que matou em ação e 365 a dormir,…

Perguntam ao rei quando podem marcar a boda e o rei diz que é quando quiserem, apesar de se sentir triste por se ir separar das filhas.

E diz que durante a festa pode haver uma grande surpresa!

CENA V

Violeta e Reginaldo. Este quer saber se o rei já autorizou que se casassem, mas Violeta diz que o pai anda perturbado e que não é o momento certo para o incomodar com o casamento deles. Além disso teve um sonho: havia muito barulho, luta, espadas e a voz do rei a chamar pelas filhas. Amarílis e Hortênsia riam-se e o rei não via Violeta, que lhe estendia a mão.

Decidem adiar o pedido de casamento para depois dos festejos dos casamentos das irmãs.

CENA VI

Coros dos criados e das criadas explorados.

CENA VII

Reginaldo, Felizardo e Simplício discutem o que é mais valioso: 256 bois e 256 vacas e muitas posses e ouro ou, como afirma Reginaldo, o amor e a gratidão?

CENA VIII

Hortênsia e Amarílis entram. Felizardo diz que conversavam sobre qual das duas ia ficar mais rica. Reginaldo diz que Violeta será certamente a que vai ficar mais amada.

CENA IX

Entra Violeta. Amarílis diz a Hortênsia que os maridos se fizeram para terem sempre as bolsas abertas e as bocas fechadas.

CENA X

Rei conta o sonho: viu o manto levado pelo vento, a coroa arrastada pela fúria das águas, o cetro arrancado por forças invisíveis. Os sonhos são recados que os deuses nos mandam. O rei acha que os deuses querem que deixe de reinar. Há momentos em que quer ser como um habitante vulgar a gozar a vida. E acha que já merece descansar.

Dará o seu reino à filha que demonstrar ter maior amor por ele.

Amarílis diz que o ama mais do que ao sol, à luz dos seus próprios olhos e a Felizardo.

Hortênsia diz que morreria por ele e que o seu amor é maior do que a imensidão das águas e dos céus.

Violeta diz que como o que não tem fim não se pode medir, não sabe definir o amor que sente pelo pai, mas acaba por dizer que precisa dele como a comida precisa do sal.

O rei fica desiludido com a resposta e diz que nunca mais a quer ver.

XI

O escrivão escreve que Violeta será banida do reino e da memória do povo. E que nem mais uma violeta seja plantada nos jardins do reino. Reginaldo diz ao rei que irá com Violeta e irá casar-se com ela.

O rei diz que ela agora é uma plebeia e que não quer saber.

O rei afirma que Amarílis e Hortênsia são agora as rainhas do Norte e do Sul do reino. O rei viverá seis meses em cada reino, apenas na companhia do bobo. 

No final do ato, as duas irmãs discutem qual das duas irá aturar primeiro o “velho”!



ATO II

I

Passados muitos anos, o rei e o bobo caminham pela estrada. Vestem farrapos. O rei foi escorraçado pelas filhas e anda a pedir esmola e abrigo. Abrigam-se numa gruta.

II

O bobo conta ao pastor, na gruta, como tudo se passou: o pastor diz que a sua Briolanja conta que “Grande vai o mal na casa onde não há sal!”.

III

FLASHBACK: Amarílis e Hortênsia discutem: nenhuma delas quis continuar a receber o pai, depois de ele passar 6 meses no reino de cada uma: ambas detestaram tê-lo no seu reino (ambas argumentaram mesquinhamente para justificar o desprezo pelo rei).

IV

O bobo conta o que aconteceu, ao pastor. E este pergunta por Violeta. O rei dorme. Está cego. O bobo acha que não é possível reencontrar Violeta. O pastor diz “Havias de gostar do meu reino!”

V

O pastor afinal chama-se Godofredo Segismundo e é súbdito de Violeta e Reginaldo e diz a Violeta o que se passou na gruta e que tem a certeza de que o rei e o bobo vêm aí porque lhe disse “Havias de gostar do meu reino!”

VI

FLASHBACK: O pastor explica, na gruta, onde fica o seu reino,onde todos são livres e felizes. O rei murmura que em toda a parte há tristeza e miséria e injustiças.

VII

Violeta diz a Reginaldo que vai receber o pai, apesar de o marido lhe pedir para não o fazer. Combina com o pastor fazerem o que estava há tantos anos pensado: receber o rei sem “revelar a identidade dela”.

VIII

O rei e o bobo chegam ao reino de Violeta e de Reginaldo sem saber que eles são os reis. O rei está cego mas reconhece o cheiro agradável de um reino onde se vive bem.

IX

O rei não se lembra do pastor e da gruta e afirma que não tem filhas (ou porque está velho e a ficar sem memória, ou porque prefere ignorar que algum dia as teve). O pastor recebe-os. O rei diz que cheira a… Entram Violeta e Reginaldo.

X

Cheira a violetas! O rei pensa que as vozes de Violeta e Reginaldo não lhe são estranhas. Continua a afirmar que é o rei da Helíria. Reginaldo diz ao rei que a Helíria já não existe: foi dividida em dois reinos e as duas irmãs expulsaram o pai e agora estão em guerra uma com a outra. O bobo acusa o pastor de ter contado tudo ao rei Reginaldo.

XI

O banquete de receção aos dois convidados começa. O rei recusa todos os pratos (javali, borrego, truta, …) que lhe trazem. Acha a comida intragável. Violeta revela que isso acontece porque a comida não tem sal. O rei ouve vozes antigas: “Quero-vos como a comida quer ao sal” e “Fora do meu reino, filha maldita!

E percebe tudo…







 

Sem comentários:

Enviar um comentário