Numa Espanha franquista dos primeiros anos do pós-guerra, ancorada na tradição e agressivamente suspeitosa a qualquer novidade «ideológica» surge o romance de estreia de uma jovem autora desconhecida que revolucionará a literatura e agita a sociedade da época.
Nada é a história de Andrea, rapariga estranha e de conduta insólita.
Chegada a Barcelona para começar uma nova vida, como estudante universitária de Letras, Andrea penetra no submundo da Rua Aribau, onde a sua família pobre e enlouquecida vive os anos cruéis da ocupação franquista da cidade. Ao longo de um ano Andrea vive a sua «educação sentimental», no meio de personagens ambíguas e conturbadas, empurrada por um desejo de liberdade que repele as normas da conduta correcta, ao mesmo tempo que descobre a cidade e o seu próprio caminho para a vida adulta.
PRIMEIRA PARTE
Família de Andrea, na casa da Rua de Aribau: a avó anciã; os tios Juan e Ramón; a tia Angustias; Gloria, a mulher de Juan, que tem um filho pequeno; Antonia, uma criada feia e sinistra.
A tia Angustias exige obediência. Considera Gloria uma mulher nada conveniente.
Ramon tem um cão é um papagaio. Trata com desprezo a cunhada Glória e com superioridade o irmão Juan. Gloria diz que Juan é muito bom homem. Serve-lhe de modelo: ele é um pintor medíocre.
Andrea veio da aldeia, onde vivia com uma prima, Isabel. Fumava para a escandalizar e para ela a deixar vir para Barcelona.
IV - A avó conta que teve 6 filhos. Juan e Ramón eram os mais novos. Juan esteve muitos anos no exército no Tércio, em África. Ramón teve um caso com a cunhada Gloria?
Roman era um espião nacionalista infiltrado nos comunistas. Induziu Juan a tornar-se nacionalista também. A família começou a não querer que Juan se casasse com Gloria, mesmo depois de ter o filho.
V - Andrea começa a estudar na universidade e conhece Ena e Pons. Ena diz que conhece o tio de Andrea, Román, o violinista famoso (Andrea fica surpreendida, mas não quer os dois mundos misturados.
VI - Andrea oferece um lenço a Ena. Ramón diz a Angustias que foi Gloria que o roubou. Andrea fica deprimida com esta família.
VII - Angustias, que trabalha(va) para Don Jerónimo, foi fazer uma viagem. Andrea mudou-se para o quarto dela. Ramón perturba Andrea repulsivamente. Ena telefona-lhe.
VIII - Angustias regressa. Informa Andrea que vai ingressar num convento e que ela vai ficar com o quarto dela e a receber ela própria a sua pensão (penso que Andrea é órfã).
IX - Angustias parte. Ramón tem pena de ir deixar de ler as cartas de amor de Don Jerónimo e o diário dela. Juan acusa-a de nações ter casado com Don Jerónimo e de depois ter sido seu amante, sendo ele casado, e agora não aceitar ficar com ele e decidir ir para o convento. Andrea antevê uma vida de liberdade, que Angustias não lhe dava.
SEGUNDA PARTE
X - Jantar em casa de Ena e da família dela. Um passeio noturno, interrompido por um jovem que estava no jantar: Gerardo. Regresso a casa e constatação de que não teria tanta liberdade em casa e no quarto como antevira.
XI - A coça de Juan a Gloria.
XII - Os passeios de Andrea com Ena e Jaime. As pequenas zangas com Ena. O passeio com Gerardo e o primeiro e desagradável beijo. A visita de Ena a casa de Andrea: Ena a ouvir Román a tocar violino.
XIII - Andrea conhece os amigos de Pons, irmão de Ena. Entre eles o pintor Guíxols.
XIV - A reconciliação de Ena com Andrea.
XV - O filho de Juan e Gloria está doente. Juan vai trabalhar e regressa. Gloria não está. Juan persegue-a pelas ruas de Barcelona, seguido por Andrea. Barrio Chino, depois de andar à bulha com uns fulanos, descobre Gloria: ela joga cartas na tasca da irmã para ganhar o dinheiro que Juan não consegue com os seus quadros: ele parece perdoar-lhe e voltam os três para casa.
XVI - Jaime dá um recado a Andrea para Ena. Itudiarga, um amigo do grupo do pintor Guíxols, diz que se apaixonou por uma eslava que estava num cabaré, com um acompanhante estranho. Era Ena com Román.
XVII - Pons está apaixonado por Andrea. Ela gostaria de se sentir assim por ele. Andrea ouve Gloria eRomán a conversar exaltados: ele quer que ela vá para a cama com ele e diz-lhe que Ena não o satisfaz. Andrea deseja convencer Ena a evitar Román. Este está há 3 dias fechado no quarto, a compor música e tão deprimido que mordeu na orelha de Trueno, o seu cão.
XVIII - Andrea foi ao baile a casa do rico Pons, mas a sua história de Cinderela não correu bem: ele e a família tiveram vergonha dela por estar tão pobremente vestida. Quando regressou a casa, a mãe de Ena estava à espera dela.
XIX - A mãe de Ena confessa a Andrea que esteve apaixonada doentiamente por Román. Que ele a desprezou por ela lhe obedecer como um cão. Pede ajuda a Andrea para libertar Ena do domínio de Román.
XX - Nova briga entre Juan e Gloria: Juan está cada vez mais deprimido e agressivo. Ena está no quarto de Román. Andrea escuta-os: eles discutem, ela entra, Ena parece feliz por a ver. Andrea vê Román com um ar tão tresloucado que decide fugir dali.
XXI - Ena segue Andrea e confessa que gosta muito dela e de Jaime. E que só está com Román para o provocar e para o enlouquecer, para se vingar do mal que ele fez à sua mãe.
XXII - Andrea fica sozinha: Ena e Jaime saem de Barcelona. Román suicida-se, degolado.
XXIII - Andrea dorme dois dias. Chegam duas tias abutres e vão embora depois do luto.
XXIV - O ambiente na casa deteriora-se. Gloria quer encerrar Juan num manicómio. Andrea recebe uma carta de Ena.
XXV - Andrea parte para Madrid, para viver na casa de Ena e trabalhar para o pau dela. Ena irá certamente casar-se com Jaime.
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