segunda-feira, 21 de agosto de 2023

O Senhor Ventura - Miguel Torga

Diz Miguel Torga: “toda a história do meu herói é-me conhecida já, e eu conto-à aula mim próprio nas horas de melancolia. Em cada paragem não faço mais do que tentar uma pequena meditação sobre um destino que é mais coletivo do que individual.”

Escrito em 1943.
“O Senhor Ventura sai do seu Alentejo natal para se lençol a uma vida de aventuras pela China, que o levará ao desempenho das mais diversas atividades, nem sempre legais. A viagem serve-lhe também como descobrimento da amizade e do amor.”

I O narrador lembra-se das aventuras do Senhor Ventura nas sete partidas do mundo e sente-se feliz.

II Partiu do Penedono, Alentejo, para Lisboa, para ser militar.

III No quartel era o 158 e era o mais desenrascado.

IV Numa taberna é esfaqueado é morto um desconhecido. Terá sido o Senhor Ventura? 

VI Talvez por punição, apesar de absolvido, é enviado para Macau. 

VI Lá envolveu-se com a chinesita Loo e apaixonou-se pela filha do secretário do Governador, Júlia. Proibido de a ver, parte.

VII Torna-se desertor (ver excelente texto).

VII Vai para marinheiro de um barco de tráfico de ópio. 

VIII Mata um fiscal do governo. 

IX Fica melancólico, toca viola e uma semana depois era empregado numa garagem da casa Ford, em Pequim.

X Ventura conhece o Pereira, abre um restaurante com ele, batem em americanos, vão levar camiões à Mongólia, vendem armas aos chineses e o Pereira morre nos seus braços. Fica sozinho, sem terem cumprido o desejo: voltar a Portugal.


O Senhor Ventura envolve-se com Tatiana. Casam, mas Tatiana é uma libertina e nãos gosta da vida do lar. No meio de várias discussões, nas-lhes um filho: Sérgio.

Tentou enriquecer: instalou máquinas de jogo em vários locais noturnos da cidade. Tenta aprender a ler.

Mal suporta Tatiana, mas o nascimento do filho encheu-o de satisfação. Quis enriquecer mais: montou uma agência de táxis.

Morre-lhe o pai.

Vende os carros, incendeia a garagem dos táxis, recebe o dinheiro do seguro e monta uma fábrica de heroína. 

Mas é denunciado e é obrigado a partir para Portugal.

Deixou Tatiana e o filho e partiu no transiberiano.


A mãe morrera há uns meses. Arrendou o terreno do Farrobo para o semear. Durante 5 anos teve prejuízos. 

Ao quinto ano, Tatiana, que entretanto tinha tido amantes, ficou-lhe com a fortuna e enviou Sérgio para Lisboa, com 8 anos. 

Ventura matriculou-o num colégio interno em Lisboa e, com o dinheiro dos lucros da colheita de trigo no quinto ano, partiu de Penedono para Pequim. A revolta contra Tatiana moviam-no. Ninguém sabia dela e ele procurou-a.

Encontrou-a finalmente em Xunquim. Ou encontrou-o ela, num hospital onde ele apodrecia com um cancro no fígado. Ela sabia que ele a procurava e quando o soube moribundo visitou-o. Ventura morre ali na sua presença e ela sente a expiação.

O Colégio despachou Sérgio para Penedono. Tornou-se pastor como o pai.


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