quarta-feira, 31 de agosto de 2022

Sábado - Ian McEwan


15 de fevereiro de 2003

UM

Henry Perowne, cirurgião, casado com Rosalind, advogada. Vivem ainda apaixonados. Vivem em Londres, numa praça que dá para a Charlotte Street.

Tem 2 assistentes: Sally Madden e Rodney Browne. O anestesista com quem trabalha, Jay Strauss, tem um assistente, Gita Syal. Heathrow é a empregada de limpeza do hospital.

É pai de Theo, 18 anos, músico de blues, e de Daisy, poetisa.

Acorda a meio da noite e vai à janela, onde observa um avião a arder a descer para Heathrow.

Nas notícias, ouvidas por Henry e pelos filhos, diz-se que é um Tupolev russo, de carga, que acabou por aterrar sem vítimas.

A mãe dele está num lar. Era nadadora.

Conheceu Rosalind quando ela tinha 19 anos: ela teve um tumor benigno na glândula pituitária que quase a cegou e ele acompanhou a operação do dr. Whaley. Ela era filha do famoso poeta John Grammaticus e de Marianne, que morrera há 3 anos, num acidente.

Rosalind vai buscar o pai ao fim do dia. Daisy chega de Paris às sete. Irá publicar o primeiro livro de poemas.

DOIS

A caminho do squash, um carro bate no de Henry: Baxter, o condutor, dá-lhe um murro para o obrigar a assumir a culpa que não tem e Henry diz-lhe que ele tem uma doença degenerativa e consegue fugir dali.

No squash: o anestesista Strauss tem 5 filhos, dois com a segunda mulher. Jogam com grande intensidade. Strauss ganha depois de ter questionado uma anterior jogada que dava a vitória a Henry.

Continua a desloca dos manifestantes contra a intervenção americana no Iraque para derrubar Saddam.

TRÊS 

O avô de Theo e de Daisy terá influenciado a descoberta do talento de ambos. Grammaticus teve várias mulheres a seguir a enviuvar.

Vai chegar hoje, tal com Daisy.

Henry visita a mãe Lily que está com Alzheimer num lar. A seguir vai ouvir, maravilhado com a música, um ensaio do filho.

QUATRO

Henry e Daisy discutem amigavelmente sobre a invasão do Iraque. Chegam Theo e Grammaticus.

Quando chega Rosalind, entram com ela Baxter e um amigo bandido a ameaçar toda a família. Henry promete a Baxter que o trata. Baxter obriga Daisy a despir-se e a declamar um poema dela. Elsa está grávida de 4 ou 5 meses.

Baxter esmurra e parte o nariz a Grammaticus.

Theo e Henry conseguem dominar Baxter, e atirá-lo escadas a baixo, depois de o outro bandido ter fugido. O episódio acaba bem. Baxter vai para o hospital.

Quando estão todos a festejar, Jay telefona a a Henry a pedir-lhe que o vá ajudar numa operação delicada a um homem que caiu das escadas.

CINCO

A operação corre bem. Ao sair, Henry passa pela cama da jovem Andrea, de 14 anos que também foi operada ao cérebro, no dia anterior. Ela está encantada com Rodney, o médico assistente de Henry. Sobe e vai aos cuidados intensivos ver Baxter, que dorme.



………



É uma ilusão acreditar que ele próprio tem um papel activo na história. 


Será que pensa que está a fazer algum contributo quando está a ver noticiários ou deitado de costas no sofá aos domingos à tarde a ler mais colunas de opinião cheias de certezas não fundamentadas, ou longos artigos sobre o que está realmente por detrás disto ou daquilo, ou sobre o que irá certamente acontecer a seguir, previsões esquecidas assim que acabam de ser lidas, muito antes de os acontecimentos as negarem? 


Contra ou a favor da guerra contra o terrorismo ou da guerra do Iraque? 


A favor da deposição de um tirano odioso e da sua família criminosa, a favor de mais inspeção às armas, da abertura das prisões onde os presos são torturados, da localização das valas comuns, da esperança de liberdade e prosperidade e do aviso a outros déspotas?


Ou contra o bombardeamento de alvos civis, o aparecimento inevitável de refugiados e da fome, as acções internacionais ilegais, a ira dos países árabes e o engrossar das fileiras da Al-Qaeda?


Seja como for, tudo vai dar a uma espécie de consenso, uma ortodoxia atenta, uma certa subjugação. 


Será que pensa que a sua ambivalência - se é disso que se trata - o desculpa do conformismo geral?


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