Ondjaki nasceu em Luanda, Angola, em 1977. Tem 44 anos. Ganhou vários prémios com os seus livros.
O livro “A bicicleta que tinha bigodes” foi publicado em 2011. É uma novela. A minha edição, da editora Caminho, da coleção “Livros do Dia e da Noite”, é a 7.ª.
O subtítulo deste livro é “Estórias sem luz elétrica”.
1
Na rua do narrador, uma criança, vive o tio Rui, escritor.
O CamaradaMudo é um senhor gordo que está sempre à esquina.
No rádio Nacional anunciaram um concurso: quem inventar uma boa estória pode ganhar como prémio uma BICICLETA colorida.
O narrador resolveu pedir ajuda ao tio Rui, apesar de o CamaradaMudo dizer que é batota. O narrador diz que se as outras pessoas fizerem o mesmo com o escritor da rua deles, isso não é batota.
2
O tio Rui conta estórias que escreve em papéis amarelos. Ele tem um bigode farfalhudo que parece impedir que as palavras se entendam bem.
A Isaura é amiga do narrador: ela adora dar nomes de pessoas aos bichos (o gafanhoto SamoraMachel, a lesma Senghor, o gato Ghandi, o cão AmilcarCabral, os sapos Raul e Fidel), mas não sabe bem a tabuada.
Há também um papagaio chamado JoãoPauloTerceiro. O Ghandi comeu o papagaio JoãoPauloSegundo.
3
Faltou a luz na aldeia e as crianças foram para a rua conversar. Nove, o motorista do jipe do GeneralDorminhoco matou o sapo da Isaura, o Raúl. A tia Alice, a mulher do tio Rui, vem à janela do seu primeiro andar ver o que se passa.
4
O GeneralDorminhoco diz a Isaura que a mancha escura não é um sapo.
Mas o tio Rui diz que há ali um crime rodoviário do foro da fauna doméstica, porque o Nove atropelou e esmagou o sapo. Estamos num país onde os direitos das crianças e os direitos sapais são respeitados.
Parece que o tio Rui além de escritor também era advogado.
E exigiu que o Nove passasse a chamar-se Dez.
Fez-se o funeral do sapo. A AvóDezanove disse à Isaura para declamar um poema. As pessoas levaram migalhas para o Fidel comer.
O narrador pediu ajuda à Isaura para inventarem uma estória para ganharem a bicicleta do concurso. Ela disse que não tinha nenhuma ideia. O narrador disse que tinha uma, que é um segredo: a caixa do tio Rui, de que ela tinha falado.
5
O narrador queria ter bigodes para poder ganhar uma bicicleta. Porquê?
Depois de fazer bué de xixi, de ouvir o sapo Fidel é um grilo, o narrador sonhou que tinha ganho uma bicicleta grande, vermelha e com rodas amarelas, e com bigodes à frente. A bina dele.
A Isaura de manhã queixou-se de que o gato francês lhe comeu o gafanhoto Mobutu.
Acaba o capítulo sem um boa ideia para a estória. O CamaradaMudo e o JorgeTemCalma também não têm boas ideias.
6
A caixa do tio Rui está cheia de letras que a tia Alice faz cair dos bigodes dele quando ela os penteia com uma escovinha, à noite, às quintas-feiras, no quintal. O JorgeTemCalma ficou a saber o segredo também (um mujimbo).
7
Agora era um segredo de 3 pessoas. Combinaram que à noite iam espreitar ao quintal do tio Rui.
A luz da Edel falhou: dá para roubar fruta, os carros passam mais devagar,…
A tia Alice acendeu o petromax. O tio Rui tinha a caixa no colo. Leu um poema do caderno amarelo e algumas letras e acentos ficavam presas no bigode.
8
O narrador, Isaura e o JorgeTemCalma resolvem entrar e pedir ideias ao tio Rui. Dizem que andam pelas casas a fazer um peditório de ideias para ganhar o concurso.
O tio Rui diz que isso é cábula, batota.
E diz que o narrador pode escrever uma estória sobre a sua enorme vontade de ganhar uma bicicleta. E o narrador pergunta se também pode incluir os bigodes do tio Rui na estória.
A seguir o tio Rui e a tia Alice saem da sala para atender um telefonema. Isaura e JorgeTemCalma vigiam e saem. O narrador apanhou a caixa que tinha veludo e abriu-a e viu as letras e os acentos. Saiu de casa do tio Rui antes de este e da tia Alice voltarem à sala.
9
O CamaradaMudo levou o envelope com a estória do narrador à Rádio Nacional e trouxe um “comporvativo”.
O narrador encontra Isaura, com a lesma Senghor, e o JorgeTemCalma. Estes perguntam se o narrador tinha tirado a caixa, na noite anterior. O narrador diz que não. E que escreveu uma carta em vez da estória.
10
Quando corriam para ir comprar gelado, o narrador perdeu o “comporvativo”.
O narrador conta-lhes que abriu a caixa e que lá dentro havia um brilho de magia: era como uma música parada.
11
Foram lanchar a casa do tio Rui para ouvir o resultado do concurso na Rádio Nacional: depois das notícias, sobre a luz e sobre Nelson Mandela, anunciaram que ganhou uma menina.
A tia Alice quebrou o silêncio: não há bicicleta, mas há gelado.
12
O narrador conta que não escreveu uma estória na carta, mas um pedido: que o presidente desse bicicletas a todas as crianças de Angola.
No final, o narrador perguntou ao tio Rui de quem são as estrelas e ele respondeu: são do povo.
No final do livro está uma cópia da carta do narrador, encontrada nos arquivos da Rádio Nacional de Angola, a contar tudo o que aconteceu desde que o narrador soube do concurso.
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