CONTOS
DESILUSÃO
Conversa com um desconhecido desiludido, no Café Florian, na Piazza San Marcos, em Veneza.
O PEQUENO SENHOR FRIEDEMANN
Comerciante sem encanto, débil e corcunda devido a um acidente doméstico quando era bebé, decide renunciar ao amor e à vida social e é feliz dedicado apenas à cultura, até se apaixonar por Gerda von Rinnlingen…
O que tem isto que ver com Ricardo Reis?
(Conto escrito em 1896-97)
“Numa tarde de verão, andava ele a passear pelo valado fora da cidade, ouviu cochichar atrás de um arbusto de jasmim e pôs-se cuidadosamente à escuta por entre os ramos. No banco que lá havia, estava sentada a tal rapariga ao lado de um rapaz esguio e de cabelo ruivo, que ele conhecia muito bem; ele tinha o braço à volta dela e dava-lhe um beijo nos lábios, que ela retribuía entre risinhos. Ao ver isto, Johannes Friedemann deu meia volta e afastou-se dali em silêncio.
A cabeça afundava-se entre os ombros mais do que nunca, as mãos tremiam-lhe, e uma dor aguda, opressiva, subia-lhe do peito até à garganta. Mas ele reprimiu-a e, decidido, endireitou-se, tanto quanto lhe era possível. «Pois bem», disse para si próprio, «acabou-se. Nunca mais quero preocupar-me com tudo isto. Aos outros é-lhes concedida felicidade e alegria, mas a mim só me conseguem trazer desgosto e sofrimento. Estou farto. Para mim acabou. Nunca mais.»
A resolução fê-lo sentir-se bem. Renunciava, renunciava para sempre. Foi para casa pegar num livro ou tocar violino, o que tinha aprendido a fazer não obstante o peito deformado.
[…]
Adorava música e assistia a todos os concertos que porventura se realizavam na cidade. Aos poucos e poucos, ele próprio chegou a tocar violino, e não muito mal, embora ficasse com um ar muitíssimo estranho, e alegrava-se com aqueles sons bonitos e suaves que conseguia obter. Com o tempo e através de muitas leituras, também tinha adquirido um gosto literário que ele não partilhava de bom grado com ninguém da cidade. Estava informado sobre os mais recentes fenómenos de dentro e de fora do país, sabia apreciar o encanto rítmico de um poema, deixar atuar em si o ambiente intimista de uma novela bem escrita... oh! Quase se podia dizer que ele era um epicurista.
Aprendeu a perceber que tudo é digno de ser apreciado e que é quase insensato distinguir as experiências felizes das infelizes. Acolhia de bom grado todas as suas sensações e disposições e acalentava-as, tanto as sombrias como as divertidas: até mesmo os desejos não satisfeitos — o anseio. Amava-as por si, dizendo para consigo que, com a satisfação, se desvanecia o melhor. Não será mais aprazível o doce, dorido e vago anelo e expectativa de uma noite de primavera do que toda a satisfação que o verão consegue trazer? — Sim, ele era um epicurista, o pequeno Sr. Friedemann!”
https://www1.folha.uol.com.br/fsp/1994/2/20/mais!/15.html
https://tetxt.wordpress.com/2011/05/03/burgueses-e-outsiders-no-conto-o-pequeno-senhor-friedmann-de-thomas-mann/
O COMEDIANTE
Burguês sem talento, a não ser alguns dotes de comediante, herdou dos pais uma quantia bastante para viajar e depois viver numa cidadezinha, longe da vida social, feliz e dedicado à cultura, até se deixar atrair por Anna Rainer e…
TOBIAS MINDERNICKEL
Bizarro e ridículo, excluído socialmente, vive sozinho e infeliz e compra um cão para o qual transfere o seu sofrimento…
O GUARDA-ROUPA
Albrecht Van der Qualen viaja no rápido Berlim-Roma e adormece. Quando acorda não sabe onde está nem que horas ou dia são. Sai e hospeda-se numa pensão daquela cidade desconhecida. No quarto há um guarda-roupa que contém algo muito misterioso.
LUISINHA
Amra Jacoby, amante do jovem músico Alfred Lautner, obriga o ridículo e obeso marido, Christian Jacoby, a vestir-se de menina bebé e a cantar e a dançar, Luisinha, numa grande festa.
O CAMINHO PARA O CEMITÉRIO
TRISTÃO
No sanatório Einfried, dirigido pelo Dr. Leander. A Fraulein von Osterloh, é a governanta da instituição. Müller é um segundo médico.
O comerciante Kloterjahn traz a jovem esposa, Gabriele, debilitada por problemas na traqueia. Casaram há 2 anos. Depois de ter tido um filho ela ficou debilitada. Ama o marido, mas o escritor Detlev Spinell viu-o a seduzir uma criada. O escritor ousa privar com Gabrielle, mas no fim…
OS FAMINTOS
O MENINO-PRODÍGIO
GLADIUS DEI
O imponente e indigente Hieronymus quer que o comerciante de arte queime o profano quadro da virgem mãe exposto na montra. Perante a recusa do comerciante que o expulsa da loja, Hieronymus invoca o Gladius Dei…
UMA FELICIDADE *****
Anna, a esposa do arrogante Barão Harry, a quem ama devotamente, sente “uma felicidade” quando a corista “andorinha” Emmy, que preferiu encantar-se por um “avantageur” que a ignorou, devolve à baronesa a aliança de casamento que o Barão lhe tinha coercivamente enfiado no dedo e lhe diz que ele é um “canalha”: “Pois uma felicidade, um leve calafrio e arroubo de felicidade aflora o coração quando aqueles dois mundos entre os quais o desejo erra, para lá e para cá, se encontram numa breve e enganosa confluência.”
NA CASA DO PROFETA *****
O novelista vai à periferia de uma cidade assistir à recitação das proclamações do venerado Daniel. Vão muitos outros artistas e uma mulher rica, por cuja filha o novelista se sente atraído. Nem ela nem Daniel surgem na história. Quem recita é um discípulo de Daniel, que vem da Suíça. O conto é curioso devido à ausência das duas figuras a que o novelista dá tanta ênfase, que no final diz que “vai jantar que nem um leão”. E o narrador afirma, com graça, que o novelista “Tinha uma certa maneira de estar na vida.”
HORA DIFÍCIL
Sobre o sofrimento criativo de Friedrisch Schiller, escritor amigo de Goethe, “o outro lá de Weimar” (p.200)
https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Friedrich_Schiller
O ACIDENTE DE COMBOIO
DE COMO JAPPE E DO ESCOBAR SE BATERAM
O DONO E O SEU CÃO
ALVOROÇO E MÁGOA PREMATURA
Cornelius, pai dos crescidos Ingrid e Bert e dos miúdos Beisser e Lorchen, nutre uma afeição especial por esta última, de 8 anos. Ela dança com o crescido Max Hergesell e, depois, rompe em lágrimas por ele não dançar mais com ela e ir dançar com uma crescida.
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