PARIS
Narrador em Paris em fevereiro de 1974 para se converter em escritor.
Mas foi atacado pela preguiça. E durante dois anos dedicou-se ao tráfico de droga. Nos primeiros três meses foi consumidor de LSD.
O seu único livro, escrito em Melilla, intitulava-se Nepal.
Muitos anos depois escreveu uma crónica sobre aquele período: uma garagem própria.
E reflete sobre literatura…
CASCAIS
https://quatrocincoum.com.br/resenhas/literatura/o-lugar-exato-da-estranheza/
https://visao.pt/visaose7e/livros-e-discos/2023-07-19-enrique-vila-matas-na-literatura-a-linguagem-nao-e-algo-que-reproduz-a-realidade-antes-qualquer-coisa-que-a-constroi-e-desconstroi/
Há muitos escritores nos romances do catalão Enrique Vila-Matas (n. 1948), um dos mais destacados nomes da literatura espanhola das últimas décadas. Mas não há dois iguais. O de Montevideu, o seu novo romance (D. Quixote, 232 págs., €16,60), vive inquieto com as portas do quarto ao lado nos hotéis onde se instala. Como no conto de Cortázar, A Porta Condenada, há qualquer coisa de íntimo que se esconde e se revela na sensação sinistra que persegue o protagonista. E num rodopio de cidades – Paris, Cascais, Montevideu, Reiquiavique, Bogotá –, o mesmo tremor e a mesma curiosidade. Como em romances anteriores, já distinguidos com diversos prémios no seu país e não só, Vila-Matas explora as coincidências para ver a vida através da arte. E para questionar os limites da arte através da vida.
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Segundo Juan Eduardo Cirlot, um dos muitos autores que cita em Montevideu, “a porta é um convite a penetrar no mistério”. Escrever um romance também o é, no sentido de se revelar sempre uma busca, uma investigação, uma aventura?
E porque não? Foi precisamente por me ter aventurado que me permiti introduzir em Montevideu a máxima liberdade possível na escrita, fiel ao lema principal de tudo o que escrevo: “Pela liberdade, Sancho, assim como pela honra, se deve arriscar a vida.”
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